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A área de lazer que valoriza em até 20% um prédio residencial

Uma das tendências do mercado imobiliário é subir a área de lazer para o topo dos edifícios. Cada vez mais comum, esse tipo de solução faz muito mais sentido do que o estilo tradicional, sob os mais diversos ângulos. Instalar uma piscina nas alturas não vale apenas pelo visual. É também garantia de menos interferência para o sol e muito mais privacidade. Como é que se demorou tanto tempo para descobrirem o óbvio?  Essa é a pergunta que muitos devem estar se fazendo diante da nova onda.

Não existe uma explicação certa sobre a origem da tradição de colocar a área de lazer dos condomínios no térreo dos empreendimentos. O termo playground, inclusive, se aplicou ao caso justamente por ele ser reconhecido como um espaço de convivência dos condôminos. Talvez tenha se pensado em deixar a academia, piscina, salão de festa e quadras de esporte sempre juntos e com acesso fácil a todos os moradores. Assim, fomos nos acostumando dessa maneira ao longo dos anos. O fato é que, essa nova configuração, onde se elevou praticamente todos esses itens para o topo das construções, fez uma diferença muito grande, não apenas para as famílias que usufruem dos espaços de forma mais reservada, como também para o mercado imobiliário, que aponta que esse conceito valoriza o empreendimento em até 20% o metro quadrado residencial.

Mais conhecido como rooftop, o conceito de transformar a última laje do edifício em área de entretenimento é importado dos Estados Unidos e comumente visto em condomínios, hotéis e restaurantes mundo afora. Optar ou não por desenvolver o espaço depende da localização, da tipologia do prédio e de como serão dispostas as áreas comuns. É uma decisão que precisa ser bem planejada pelo incorporador e alinhada com a construtora, afinal, para que o prédio receba um peso grande no último andar, o investimento na parte estrutural precisa ser maior e o planejamento muito mais criterioso. Diante da perspectiva de valorização, fora outros ganhos, muitos começaram a ver que a conta pode ser vantajosa e lucrativa. Quando for possível, vale a a pena fazer essa transformação e apostar nesse conceito mais moderno.

Ao levar a área de lazer para cima, o condomínio ganha a parte térrea do prédio, que pode ser também planejada para novas formas de utilização, como, por exemplo, ter espaços usados por comércio e serviço, atendendo às exigências municipais do plano diretor da cidade que, a depender da região, prevê a inclusão da chamada “fachada viva”, que exige a ocupação de uma parte da fachada no alinhamento do passeio público para uso não residencial.

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Na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, o residencial Niemeyer 360º busca o conceito de “telhado verde” com cinco lounges, cada um deles voltado para uma vista da cidade: mar, montanhas, ilhas e lagoas. O projeto é do arquiteto Paulo Niemeyer, bisneto de Oscar Niemeyer. Mas não apenas empreendimentos de luxo ganharam esse diferencial. Em São Paulo, o código de obras estipula meio metro quadrado de área de lazer para cada unidade HIS (Habitação de Interesse Social) de condomínio residencial e 2 m² de área descoberta. Em um terreno pequeno ou com vista livre, a aposta das empresas é criar um espaço de convivência em vez de uma área técnica. Nesses projetos, os rooftops podem não ter tantos itens de lazer como os primos mais ricos, pois são predominantemente “áreas secas”, que tem o custo mais acessível, mas ainda assim a solução oferece um espaço de convivência mais reservado e agradável, com pufes, bancos e paisagismo.

No exterior, o conceito de elevar o lazer para o alto chegou a outros níveis e atingiu seu ápice em Londres. O Embassy Gardens, no sudoeste de Londres, tem uma piscina transparente a mais de 35 metros do chão, unindo os dois edifícios do complexo. Impossível passar pelas ruas abaixo do prédio e não se se surpreender ou ter uma certa aflição com a vista inusitada. A piscina, criada pelo estúdio de arquitetura HAL funciona como uma ponte de 25 metros de comprimento feita inteiramente de acrílico que une as duas torres.

Será que um dia teremos esse tipo de ousadia arquitetônica no Brasil?

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