O processo de tornar uma casa ou apartamento mais agradável a um potencial comprador com o objetivo de causar uma boa impressão e, consequentemente, aumentar a chance do cliente fechar o negócio tem um termo bem conhecido entre os corretores de imóveis: Home Staging. Foi com foco nessa área que Claudia Dietrich, 47, se especializou para poder participar da vida de quem ela mais queria impressionar: sua filha.
Até os 40 anos de idade, Claudia trabalhava como agente de viagens, quando percebeu que ficava muito tempo longe da filha. “Não conseguia acompanhar o crescimento dela. Chegou um momento em que não conhecia a mãe das amiguinhas e não conseguia buscá-la na escola”, afirma.
Ela diz que foi por causa desse sentimento que pediu demissão e resolveu dar início a uma nova jornada, em que não precisaria viajar tanto para longe da criança. “Um amigo me falou de um curso de corretagem de imóveis. Comecei logo no dia seguinte e três meses depois já estava fazendo um estágio na área”, lembra. “Fiz essa transição de carreira para poder levar minha filha à escola”, completa.
Os primeiros passos
A única experiência com o mercado imobiliário que Claudia tinha até aquele momento era como cliente. Dona de um imóvel em São Paulo, ela precisou colocá-lo para alugar quando se mudou para Florianópolis (SC), onde também adquiriu um imóvel e morou por mais de uma década. O mesmo processo se repetiu quando se mudou para João Pessoa (PB) ao lado do marido.
“Fui para o mercado imobiliário de olhos fechados. A única coisa que via era a possibilidade de poder participar do crescimento da minha filha”, acrescenta. “Durante essa jornada de aprendizagem, fiz uma imersão em Portugal, visitei Miami, conversei com outros corretores e estabeleci metas que precisaria cumprir para arcar com as minhas despesas.”
Do estágio, ela migrou para um trabalho como autônoma e depois decidiu se especializar em Home Staging. “Percebi que só ia me dar bem no setor se começasse a empreender”, conta. Então, Claudia adquiriu a franquia de uma empresa de mediação imobiliária. “Essa transição foi assustadora, pois estava acostumada a ter um salário. A partir daí, poderia receber um mês, mas não em outro.”
Buscando na escola
Atuando na área há quase uma década, Cláudia já escreveu livros, ministra cursos e dá aulas sobre Home Staging. “O mercado imobiliário me permitiu ter horários mais flexíveis, o que era primordial para manter minha carreira profissional sem abandonar minhas atividades como mãe”, diz. Ela celebra que hoje pode fazer uma pausa à tarde para ir buscar a filha na escola.
“Quando me tornei mãe, queria que minha filha tivesse orgulho de mim. Agora sei que ela sabe porque fiz essa transição de carreira e que estou satisfeita com a minha escolha.”