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Os detalhes da maior transação imobiliária do século no Rio de Janeiro

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Destino de celebridades e de novos ricos cariocas que buscam condomínios mais modernos e equipados para morarem, a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, virou uma espécie de galinha dos ovos de ouro para as incorporadoras do Brasil. As empresas sabem que o investimento em novos projetos imobiliários no local é sinônimo de sucesso de vendas. Do ponto de vista dos negócios, só há um problema, difícil de ser contornado: está cada vez mais difícil achar um terreno com a metragem necessária para erguer um condomínio. Um prédio com muitas unidades e uma robusta área de lazer precisa de espaço. Por isso, nos últimos tempos, virou uma grande gincana encontrar um endereço bem localizado, de bom tamanho e, de preferência, com área limpa, de forma a permitir o início da construção o quanto antes.

De acordo com a lei da oferta e da procura, a demanda em alta em busca de poucos produtos disponíveis elevou os preços às alturas. Isso explica as cifras espantosas de um negócio que acaba de ser fechado na Barra. Ele envolveu a venda de um terreno de 30 000 metros quadrados no bairro por 370 milhões de reais. Esse espaço pertencia ao banqueiro Aloysio Faria, falecido aos 99 anos em 2020 e responsável por fundar os bancos Real e Alfa.  O terreno em questão foi herdado pelas cinco filhas dele. Portanto, coube a essas herdeiras a tarefa de decidir o que fazer com aquele patrimônio. Quando adquiriu o terreno em 1989, a ideia do banqueira era de construir um hotel Transamérica na área, mas a empreitada nunca foi pra frente. Como as filhas de Farias nunca haviam se interessado pelos negócios do pai, investidores do mercado imobiliário já estavam esperando pela venda do terreno.

AS DUAS SÓCIAS NO NEGÓCIO

A comercialização da área foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo. Cada metro quadrado custou um pouco mais de 12 000 reais. Foi simplesmente a maior transação imobiliária do século no Rio de Janeiro. Dividindo-se o valor da venda pelas cinco herdeiras, cada uma guardou em sua bolsa o equivalente a 74 milhões de reais. Nada mal, não é?

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Nenhum corretor de imóveis intermediou a venda. Os compradores são duas grandes incorporadoras: a Tegra e a São José, que fizeram a compra do terreno diretamente com as proprietárias. As duas empresas se uniram na aquisição desse terreno, mas ainda não divulgaram os planos do que esperam fazer no endereço. A São José é uma incorporadora conhecida por seus projetos de altíssimo padrão em São Paulo, sendo que um deles virou uma grande dor de cabeça. A prefeitura embargou a obra por problemas na documentação e ela corre o risco de ser demolida. Parceira da São José na compra do espaço na Barra, a Tegra também vem apostando no nicho de alta renda.

Pelo perfil das empresas envolvidas, deve surgir no local um novo condomínio de luxo.

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