O potencial do mercado de construção para a geração de empregos foi defendido pelo setor imobiliário com o objetivo de que a área receba um tratamento diferenciado do Estado para temas como tributação e juros. Essa posição foi apresentada por porta-vozes da construção no Summit ABRAINC 2023, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).
“O arcabouço fiscal é peça chave para o desenvolvimento do País. Ao lado da reforma tributária, que permitirá simplificar a vida das companhias, e da reforma administrativa, promovendo a redução dos gastos públicos, o setor imobiliário tende a crescer”, afirmou o presidente da Abrainc, Luiz França. “É um mercado cujo PIB cresce acima do PIB nacional e deve ser observado como segmento especial que cria empregos”.
Para ele, o setor de construção deveria receber um tratamento diferenciado em questões como tributação, por conta do potencial de crescimento. “O acesso à moradia é uma das prioridades nacionais”, disse. A visão de França é corroborada por Rubens Menin, presidente do conselho da MRV. “O setor que mais gera empregos não pode pagar uma taxa de juros tão alta”, argumentou.
Menin comparou o potencial do setor imobiliário brasileiro com o boom de progresso que a China viveu. “Estamos em um País com proporções continentais que precisa ser construído. Precisamos construir 35 milhões de moradia nos próximos anos e poucos países no mundo têm essa oportunidade”, pontuou. Ele atribuiu a projeção do setor como fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
O papel do programa Pode Entrar em São Paulo
A geração de empregos, a reforma tributária e o controle da inflação também foram preocupações destacadas pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. No entanto, ele considera que esses 100 dias devem ser celebrados pelas conquistas do setor de construção. Entre as melhorias, Nunes salientou a diminuição da burocracia e o aperfeiçoamento do programa Pode Entrar.
O programa tem o propósito de facilitar o acesso à moradia por meio do incentivo à criação de interesse social. Entre as práticas adotadas estão requalificação ou aquisição de imóveis privados, além de políticas de financiamento e locação de subsidiados. “A previsão inicial era de que 40 mil unidades fossem ofertadas à população. Porém, já recebemos propostas para 104 mil novas moradias via edital”, afirmou. “Estamos fazendo a análise dos documentos e logo vamos dar seguimento ao processo de entrega e construção desses imóveis”, complementou Nunes.
O prefeito de São Paulo também esclareceu sobre a criação do sistema auto declaratório para o pedido de alvarás em construções de moradias de Habitação de Interesse Social (HIS) “Quando você economiza tempo para as pessoas, você economiza dinheiro e recursos”.