Quem não sonha em ter uma casa de praia ou no interior para passar seus finais de semana, não é mesmo? Com a super- valorização dos chamados imóveis de segunda residência durante a pandemia (e a subida foi impressionante devido à fuga das pessoas das metrópoles no período), esse desejo ficou mais difícil de ser realizado para a maioria dos brasileiros. Mas existe uma luz no fim do túnel que vale a pena conhecer e que pode ser a chance de transformar seus feriados com mais qualidade de vida e até mesmo uma oportunidade de investimento. Estou falando sobre a multipropriedade, uma modalidade do mercado imobiliário que permite que a pessoa seja dona de uma fração do imóvel em sociedade com outras.
Apesar de ser uma prática antiga no mercado, a multipropriedade é um modelo de negócio que foi regulamentado no Brasil com lei própria apenas em 2018. Ele permite que várias pessoas diferentes se associem para que tenham o direito de uso de um imóvel. Por meio de um contrato específico, os sócios estabelecem as regras e limites de uso, podendo, inclusive, usar sua parte como uma opção de investimento (como locação, por exemplo, a fim de criar uma fonte extra de renda). Além da vantagem do co-proprietário poder desfrutar de um imóvel que talvez fosse difícil adquirir somente com recursos próprios, esse modelo de negócio também permite compartilhar os custos de manutenção, uma dor de cabeça a menos administrar.
Essa saída que o mercado imobiliário encontrou para que as pessoas possam desfrutar de um imóvel de férias vem ganhando adeptos em todo o Brasil e muitas incorporadoras já lançam empreendimentos voltados para a comercialização em estilo de multipropriedade. Dessa forma, o incorporador vende uma unidade fatiada em algumas cotas que, somadas, dão mais lucro que a venda da mesma unidade individualmente. Além disso, aumentam as chances de encontrar compradores, pois são menores os investimentos. Um exemplo de empresa que seguiu nessa direção foi a Moriah, incorporadora que lançou o empreendimento Livid na paradisíaca Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. Trata-se de um empreendimento que é uma espécie de resort, com toda estrutura de lazer e com valores de cotas que podem ser, inclusive, financiadas.
Um negócio bom para quem desenvolve e vende, mas bom também para quem investe e paga. Com cotas ofertadas em média a 60 000 reais, a pessoa pode usufruir de um quarto de um apartamento localizado em um resort. Se a mesma unidade fosse vendida no sistema convencional, custaria mais de 500 000 reais. A multipropriedade hoteleira, aliás, é a mais comum entre as três modalidades desse modelo de negócio. Levando em consideração o turismo do local, permite que os proprietários compartilhem o imóvel por um período proporcional à fração investida e, dependendo do contrato, pode participar da divisão de lucros gerado pelo hotel.
O sucesso desse tipo de negócio pode ser conferido pelos números de mercado. Em recente estudo, a empresa de consultoria imobiliária Caio Calfat traz um levantamento importante dos empreendimentos de multiproriedade no país. Atualmente, são 104 projetos, entre lançamentos e imóveis prontos, que estão com unidades à venda no Brasil, sendo as maiores concentrações nas regiões nordeste e sul do país. O valor total de vendas dessas frações de imóveis chega a mais de 45 bilhões de reais, conforme o estudo apresentado.
Outra modalidade bastante corriqueira de multipropriedade é a imobiliária, que tem o foco no lazer. É o tipo de contrato que permite aos sócios compartilhar o espaço de um determinado imóvel, cada uma em seu tempo, exclusivamente para o lazer. Seria como um grupo de amigos comprasse uma casa de praia e cada um usasse o endereço um final de semana.
Já a modalidade de multipropriedade acionária funciona como investimento. Nesse caso, uma sociedade é formada para ser proprietária do imóvel e os sócios viram donos de ações do negócio gerado por esse imóvel.
Conhecendo esse modelo de negócio e com a proximidade das férias de final de ano, basta agora pesquisar e encontrar um hotel ou uma casa de praia para curtir com a família. Afinal, quem consegue resistir à possibilidade de ter uma casa em um local como Angra dos Reis por apenas 60 000 reais?